Bons contadores, contatos ruins
Salve, salve prezados!
Passado quase um mês do conturbado período onde pessoas físicas correm contra o tempo para prestar contas ao não-tão-querido-assim leão de estimação do Fisco, volto abordando um tema interessante para reflexão.
Considere: determinados tipos de serviço demandam certo grau de qualificação para que sejam realizados. Alguns com maior nível de especialização, outros com menor. Em qualquer caso existe a exigência pelo conhecimento técnico a respeito do assunto que está sendo trabalhado.
O resultado final, na grande maioria das vezes, será disponibilizado para usuários com níveis de conhecimento diversos a respeito do assunto tratado. Até sem qualquer conhecimento, talvez.
Temos então um cenário onde existe informação gerada sob abordagem técnica que será interpretada e consumida por usuários com chances de serem leigos sobre o assunto a eles apresentado.
Fica a pergunta: o quanto uma situação como essa pode afetar o trabalho do prestador de serviço?
Reforçando a proposta de reflexão, deixo vocês com o excelente artigo da autora Dora Ramos, fundadora e diretora responsável pela Fharos Assessoria Empresarial, publicado na Revista INcorporativa em Maio deste ano.
Confira clicando em “Read more”!
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Bons contadores, contatos ruins
Por Dora Ramos
Trabalho há mais de vinte anos no ramo da contabilidade. Durante esse tempo já vi diversas situações envolvendo empresários, contadores e a conturbada relação que pode existir entre eles. Cheguei a uma conclusão esclarecedora quanto à principal origem dos conflitos e mal-entendidos entre os dois extremos dessa relação. Na maioria das vezes, vejo bons empresários, competentes e responsáveis na sua prestação de contas e contabilistas igualmente capacitados. Mas um problema sério pode surgir mesmo assim: funcionários sem capacitação ou treinamento para fazer a linha entre esses dois pontos.
Pessoas não familiarizadas com a área contábil podem se tornar um empecilho enorme. As informações essenciais para calcular o Imposto de Renda, por exemplo, podem não chegar completas ou a tempo. Prejudica-se o trabalho do contador, a prestações de contas da empresa e, conseqüentemente a própria companhia. Sem números bem calculados, o empresário corre o risco de receber multas desnecessárias ou até, em um caso extremo, de falir.
O curso de Ciências Contábeis dura, em média, quatro anos. Não podemos esperar que todo contato dentro da empresa seja um contador formado, mas o mínimo esperado é que ele tenha participado de cursos, treinamentos e palestras. Ainda que não tenha tido esse contato formal com os números, faz-se necessário um mínimo interesse de quem pretende trabalhar nessa área.
Matemática, Estatística e Direito são algumas das matérias estudadas pelos contabilistas na graduação, que esperam ser entendidos por seus interlocutores completamente ao se referirem a elas. Não podemos culpar o contador por um trabalho incompreendido, ainda que bem feito, pois a responsabilidade de um processo bem sucedido não é só dele.
Como resolver esse problema que, com o tempo, pode ficar cada vez mais sério e resultar em prejuízos enormes para a empresa? Invista na ponte que une contadores e funcionários. Pense que essa pessoa não é apenas um transmissor de informações, mas, também um processador dos dados. Um contato bem treinado, com experiência e conhecimento básicos em contabilidade, pode ser uma mão na roda para o gestor.